
No dia 11 de fevereiro o governador da Bahia, Jaques Wagner, do Partido dos Trabalhadores participou e circulou pelo 6° Congresso do MST em Brasília. Durante o congresso saudou e discursou fazendo muita demagogia sobre a importância do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e sobre a esperança nos governos.
“Se o governo não for capaz de ser portador da esperança, de dias melhores, de uma sociedade mais justa e igualitária, mais pessoas vão se desesperançar e traçar caminhos que não queremos, o caminho do tráfico e da criminalidade, por isso, parabéns à luta do MST”, disse o governador.
Enquanto discursava e fazia demagogia com apoio de lideranças do MST, manda a polícia reprimir os índios Tupinambás nos municípios de Ilhéus, Itabuna e Buerarema, no Sul da Bahia. Apesar das falas de apoio a reforma agrária, na prática defende os latifundiários e o agronegócio e manda a polícia reprimir violentamente os Tupinambás. E quando as forças policias do Estado não resolvem, age conjuntamente com o governo federal para enviar a polícia federal e a força nacional de segurança pública (FNSP), e na última semana chama o exército.
Apesar do discurso, ataca duramente os movimentos de luta pela terra
O governador sempre contou com apoio dos movimento sociais, porém sempre agiu em defesa do latifúndio. Em setembro de 2013, durante uma manifestação do próprio MST, houve uma tentativa de ocupar a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia para cobrar a investigação e esclarecimento do assassinato do dirigente Fábio dos Santos Silva ocorrido naquele período, baleado com 15 tiros na frente da mulher e da filha.
Durante o protesto, o número 2 da pasta, subsecretário Ary Pereira, disparou três tiros contra manifestantes do MST. O secretário de Segurança pública Maurício Barbosa, cargo de confiança indicado pelo governador, atacou o MST e defendeu o subsecretário: “Nós tivemos que apelar para o uso de arma de fogo em detrimento a inúmeras pessoas que entraram aqui de facão e de foice na mão deliberados a tomar o prédio. Temos que salvaguardar a integridade física dos nossos servidores", disse.
Se não fosse ruim o homem de confiança do governador apoiar a violência, o próprio Jaques Wagner defendeu os tiros contra os sem-terra e não exonerou Maurício Barbosa e Ary Pereira dos seus cargos. “Não é razoável que a sede da Segurança Pública ou de qualquer outra secretaria seja invadida por uma porção de gente com foice, facão, enxada”, afirmou Wagner à rádio Tudo FM, da capital baiana. Disse ainda que“as pessoas não podem confundir democracia com baderna” e “daqui a pouco, um integrante do movimento ia estar sentado na cadeira do secretário. Só me faltava essa”. Um verdadeiro ataque ao movimento e a todos os trabalhadores do país.
Os Tupinambás são a bola da vez
Enquanto realizava seu discurso demagogo, articulava em Brasília o envio do exército para reprimir os índios Tupinambás e tentar acabar com a luta pela demarcação da Terra Indígena Tupinambá de Olivença.
Foram diversas tentativas de acabar com o movimento indígena com todas as forças de repressão, as Polícias Civil, Militar e Federal, e Força Nacional de Segurança Pública. Agora, a última tentativa é o envio do exército com o poder de polícia, como nos tempos da ditadura militar.
Em vez de resolver o problema pressionando o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo para dar prosseguimento ao processo de demarcação, pressiona o Ministro para enviar mais policiais para defender os interesses de especuladores imobiliários e latifundiários da região.
Durante o discurso do Governador não foi feita nenhuma crítica ao que está acontecendo com os Tupinambás e a ditadura imposta por Jaques Wagner na Terra indígena Tupinambá de Olivença.
É preciso denunciar a política capituladora e de apoio do PT aos latifundiários e lutar por um governo que defenda os trabalhadores e os movimentos populares. E também denunciar a política de apoio da burocracia da direção do MST a esses políticos burgueses e permitir a demagogia com a base em detrimento da luta pela terra.
Fonte: Causa operária