Índios Terena do MS são destaque em livro internacional sobre Educação em Ciências

Professora da Universidade Federal do Paraná(UFPR) há mais de 20 anos, a doutora Christiane Gioppo acaba de ter um capítulo sobre o trabalho desenvolvido com professores da etnia Terena em aldeias indígenas do Mato Grosso do Sul publicado no livro Science Education: A Global Perspective, do ICASE (Conselho Internacional de Associações de Educação em Ciências), entidade que reúne associações voltadas à Educação em Ciências do mundo inteiro e que tem sede em Londres.

Publicado na Nigéria, o livro é uma coletânea de artigos de pesquisadores de vários países, entre eles Nova Zelândia, Portugal e Inglaterra. O capítulo sobre os indígenas da etnia Terena é o único trabalho da América Latina divulgado na obra.

No artigo, Christiane, em parceria com Michelle Bocchi Gonçalves, mestre em Educação pela UFPR e que fez parte do programa de educação ambiental aplicado junto aos Terena como voluntária, explica omodelo de formação de professores usado pelo ITTI junto as aldeias indígenas da região do município de Aquidauana.

Sob coordenação da professora da UFPR/ITTI, um grupo de professores indígenas estão elaborando um livro na língua mãe dos Terena. A produção da obra faz parte do Programa de Educação Ambiental (PEA) do projeto “BR-262 – Faço parte desse caminho” que é desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) da UFPR.

O livro “Lições Ambientais dos Terenas” ensinará as crianças indígenas por meio de poemas, trava-línguas, lendas, mitos e histórias reais. “O material reúne textos produzidos pelos próprios professores das aldeias. É o educador indígena que fala, explica e desenvolve atividades sobre sua própria cultura e não uma pessoa de fora. Ele está produzindo próprio material didático para trabalhar na sua escola”, explica Christiane.

O objetivo é contribuir com a disseminação da língua mãe entra aproximadamente 2 mil crianças Terena matriculadas nas séries iniciais de 15 aldeias dos municípios de Anastácio, Miranda e Aquidauana.

A professora da UFPR/ITTI foi convidada para escrever o capítulo do livro Science Education: A Global Perspective pelo próprio presidente do ICASE, Ben Akpan. A publicação já está sendo comercializada em centenas de países.

Artigo

As pesquisadoras Christiane Gioppo e Michelle Bochhi Gonçalves também tiveram o trabalho reconhecido pela Associação Brasileira de Ensino de Biologia (SBEnBio), que publicou um artigo sobre o trabalho desenvolvido com os Terena na Revista da SBEnBio, uma das publicações da Associação que é avaliada e reconhecida pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), o que significa que a revista tem cunho de pesquisa reconhecido.

BR-262 – Faço Parte deste Caminho

O Projeto de Gestão Ambiental das Obras de revitalização na rodovia BR-262/MS, entre Anastácio e Corumbá, é realizado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e I Infraestrutura (UFPR/ITTI). A parceria é realizada através de cooperação com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com o objetivo de cumprir as condicionantes para a emissão e/ou manutenção das licenças requeridas por órgãos ambientais.

ITTI

O Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) atua na elaboração, execução e supervisão de programas e estudos destinados à gestão ambiental de obras, especialmente na área de transportes, tais como as rodovias, ferrovias e portos. Com uma equipe técnica formada por professores, pesquisadores, estudantes e profissionais especializados, os projetos da UFPR/ITTI também contemplam aspectos relacionados à gestão territorial, questões socioambientais e quanto ao uso de recursos naturais.

BR-262/MS

Esta publicação foi produzida no âmbito da Gestão Ambiental da BR-262/MS, BR262 – Faço parte deste caminho, como medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).

Fonte: Dourados News