Movimento afro espera que Dilma escolha substituto negro

30/05/2014 15:09

Entidades dizem que Barbosa é símbolo de resistência e quebra de barreiras raciais.

SÃO PAULO - Os representantes de entidades afro-brasileiras e lideranças da comunidade negra lamentaram a aposentadoria do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. Para eles, Barbosa é símbolo de resistência e de quebra de barreiras raciais.

— O ministro Joaquim Barbosa representa de forma muito digna a população negra e rompeu barreiras raciais. Meu marido, (o ativista) Abdias Nascimento, eu e o Ipeafro tivemos a honra de apoiar, junto ao então presidente Lula, a sua nomeação para o STF. Ele representa não só os negros, mas a nação brasileira. Tenho certeza que as posições e as decisões que ele vem tomando ele as faz com a convicção e o intuito de fortalecer o Judiciário, consolidar a boa jurisprudência e trabalhar para corrigir históricas distorções tanto no equilíbrio entre os três poderes como no exercício do poder — afirmou Elisa Larkin Nascimento, diretora-presidente do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros no Rio de Janeiro (Ipeafro).

Frei David Santos, diretor-executivo da ONG Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), afirmou que espera que a presidente Dilma Rousseff escolha uma negra ou um negro para suceder Barbosa no STF. O religioso disse que a comunidade negra vai apresentar uma lista com a indicação de dez nomes para Dilma.

— Ser autoridade do Judiciário e ter postura isenta custa caro a qualquer cidadão corajoso; e o nosso irmão negro Joaquim Barbosa não quis continuar pagando este alto preço, prejudicando sua vida e sua saúde. Ele foi ao limite da doação pela ética na política e na Justiça. Cabe a nós, sociedade, dar continuidade, com garra e determinação, indo para as ruas. Ele revelou que sempre votou no PT para a Presidência, e a perseguição que o partido fez às instituições, a partir das corajosas posições dele, enfraqueceu especialmente o STF — disse o frei.



Leia mais